Uma história sobre bancos,
objeto não reconhecido por seus usantes;
abriga enamorados recobertos sob seus mantos,
ouve pessoas discutindo sobre assuntos frustrantes.
O que no banco resta quando todos somem às pressas?
Constrói memórias dos que estavam de passagem,
se lembra de encontros marcados,
alívia quem levava uma bagagem;
guarda histórias dos momentos passados.
O que fica marcado quando o banco é deixado?
Um banco só, um algo que não possui dono.
Observa das pessoas o transitar,
talvez guarde algum sonho - ou sono.
Lembra de alguém no tumulto se calar.
O que o banco tem quando já não tem ninguém?
Um banco que tantas luas guardou,
que de tantas lágrimas uma lhe escorreu,
tantos sóis aguentou;
viveu tanta vida, que agora, mesmo viva, já morreu.
Melissa Ribas Moura
Caramba, isso ficou muito lindo. Gostei mesmo.
ResponderExcluirFiquei até com vontade de recitar esse poema, (sim, já fiz isso).
Realmente, ficou muito bom, pela sensibilidade e a sutileza de detalhes impensados... ahahahah, de atos impensados.