quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Um enigma


Escrito em: 19/12/2011

  A noite estava limpa e estrelada, poderia contemplar a beleza e finalizá-la com apenas um cerrar de olhos. Ao tentar, me virei, algo batia em minha cabeça, tentava me alertar de alguma coisa que ainda não conseguia decifrar, um enigma. O estranho é que tudo parecia normal, desde as batidas de meu coração à minha respiração, nada havia mudado.
  Duas imagens vinham a minha mente naquela noite, dois momentos diferentes e que haviam marcado meu passado.
  Seu sorriso não me importava, sua voz era como um hino em minha mente, seu cabelo irregular não chamava minha atenção, nem mesmo suas roupas, mas as palavras que eu ouvia eram tudo o que eu queria ouvir, eram sinceras e intimidantes, eram meu porto seguro e a demonstração de uma amizade que eu jamais tivera até então.
  Seu cabelo estava molhado e ele não falava, seus olhos cor de mel refletiam a luz e pareciam mais claros que nos dias anteriores, não reparei em seu corpo magro. Não lembro de sua voz, foram poucas palavras para que gravassem em minha memória falha, mas lembro de mexer em seu cabelo e só então reparar em seu sorriso branco. Eu provocava sem perceber, talvez não tivesse parecido, nem eu pude perceber o que acontecia. Era um verão que eu passava em modo automático.
  Não sabia se ao relembrar sorria ou desviava a dor, não eram os momentos ruins em si, era a saudade que batia ao perceber que aquilo jamais voltaria, que as coisas não poderiam voltar a ser como eram e que ninguém, nem mesmo eu, era a mesma pessoa daqueles momentos.
  Eu não queria mudar as coisas, era indiferente ao fato de que não poderia voltar ao passado nem para repetir os mesmos erros, eu só queria dormir.

                                                                                  Melissa Ribas Moura

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Apenas, palavras


Escrito em: 11/12/2011

  Procurei por palavras para descrever algumas sensações, certas lembranças, o passado que ficou em minha memória. Não consegui e isto me frustrou. Palavras são expressões, são paixão, tristeza, qualquer demonstração de sentimento, por isso sou quem sou. Por amar palavras, por tentar sempre encontrá-las para demonstrar como me sinto ou o que penso.
  Não sou uma pessoa de "o sentimento não pode ser descrito" ou "a existência dele basta", tudo é transmitido através de palavras e as palavras tem o poder de nos fazer mudar, pensar sentir.
  Palavras mudam tudo.

                                                                                  Melissa Ribas Moura