sexta-feira, 29 de junho de 2012

What floor?


 
Escrito em: 29/06/2012

 O que eu deveria dizer? Simplesmente nada, talvez o nada fosse o que instigasse a existir um pensamento sobre o que não foi dito. O que elevadores não podem dizer em nenhum andar, o que fica entre linhas, o que não fica em nenhum lugar.

                                                                                  Melissa Ribas Moura

domingo, 24 de junho de 2012

Nonsense


Escrito em: 24/06/2012


 De tantas coisas que aconteceram com o passar do tempo, parece que nada mudou, que nada fez diferença, que certas coisas foram em vão e que já não há muito mais o que fazer pelo tempo perdido. Parece que eu só queria que as coisas fizessem sentido.

                                                                                  Melissa Ribas Moura

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Over and over again


Escrito em: 18/06/2012

 E é aqui, em meio a inúmeros problemas, a diversos compromissos, deveres não cumpridos e jogados fora pela minha falta de concentração, pelo meu sentimento de que quero outra coisa para mim, que me perco em pensamentos que não devia e nem mesmo queria. Me perco em um mundo onde nada do que devo é o que eu gostaria de dever, em um mundo de uma enorme incerteza que me apresenta uma esperança fraca e ao mesmo tempo forte, onde o paradoxo da minha vida se apresenta de um modo que só consigo pensar: A partir de hoje tudo o que vivo pode mudar.

                                                                                  Melissa Ribas Moura

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Verdade ou desafio? Caso 0 (26)


Penso em mim como algo inferior a um amador na época em que comecei, mas tudo depende de tempo e experiência. Não estaria onde estou se não tivesse começado quando mal sabia o que fazia.

 Ela caminhava de manhã todos os dias, era uma rotina tão automática que jamais se quer encontrou meu olhar. Usava uma roupa de ginástica rosa claro e uma camisa branca embaixo da jaqueta que combinava com seu tênis. A mulher parecia comum, mas se destacava naquele dia chuvoso de cenários acinzentados de um dia nublado.
 Comecei a correr alcançando seu ritmo.
- Bom dia!
 Ela olhou meio assustada, não que não devesse.
- Bom dia.
 Basta algumas palavras para as pessoas simpatizarem com você, sempre era assim. O ser humano é inocente e apesar de ler nos jornais sobre as coisas que acontecem, ele jamais pensa que pode acontecer com ele mesmo.
- Quer chegar? Minha casa é aqui, tome um café comigo, estou sozinha.
 Já tínhamos terminado o parque e estávamos na frente de uma casa de madeira que aluguei. Detalhes planejados para o dia especial.
- Não sei, não me sinto à vontade.
- Não se preocupe com isso, faça o que está com vontade hoje. – Carpe Diem, quase dizia.
 Ela entrou e coloquei a vitrola para tocar músicas antigas. A banda da 26ª. O chá logo fez efeito e então a amarrei na cadeira de madeira, ela não coseguia fugir.
- Vou cortar uma mecha de seu cabelo para guardar.
Seu cabelo loiro escorria pelas costas, era descolorido e um pouco maltratado. Ela não aparentava ser tão jovem quanto realmente era. O óleo já fervia no fogão
 Seu olhar era triste e desesperado. Ela já não tinha esperança de sair da casa antiga, sabia que era uma questão de tempo para tudo acabar, mas também sabia que aqueles eram os mais longos minutos da sua vida. Seu olho ainda estava aguado, mas ela já estava tendo algumas alucinações, ficava observando a prateleira de madeira velha e escura no canto, que não possuía muitos objetos domésticos. Quem olhava a casa de modo geral, à primeira vista, não repara que a casa não era usada por muito tempo.
- Assim você esconde a sua beleza.
 Ela apenas olhou para mim, devagar, como quem pedia piedade inconscientemente. Estava raciocinando lentamente as coisas por causa do boa noite cinderela.
 Tirei o pano que havia amarrado em sua boca e despejei o óleo quente em sua garganta, seus olhos se esbugalharam e a fumaça que saia de sua boca me dava prazer. Conseguia imaginar o óleo quente corroendo seus órgãos internos dolosamente.
 Assim que senti que ela estava imóvel, retirei ela da cadeira e tirei suas roupas. Coloquei uma lingerie rosa e passei batom vermelho. Ela estava linda, conquistaria o amor de sua vida, se já não houvesse conquistado. Retirei a aliança de seu dedo - seu compromisso agora estava quebrado, ela estava livre. Retirei minhas luvas, guardei-as na bolsa e observei novamente ela deitada na cama de canos de metal creme, em cima de um lençol branco, como se esperasse seu marido naquele quarto vazio. Abandonei a casa.

Com o estilhaço da porta que anunciava a chegada do jornal, acordei e li minha manchete. Existia alguém por perto à minha altura, a curiosidade me fez querer averiguar o caso.
“Esposa de homem assassinado noite passada é dada como desaparecida”.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sobre o garoto do segundo andar


Escrito em: 11/06/2012

 Das brincadeiras vou lembrar de seus olhos cor de mel, de seu cabelo bagunçado que lembro ter mexido. Se eu pudesse voltar e reviver aquele momento só por um tempo, só para olhar aquele garoto tímido mais uma vez.
 Capitu não oblíqua nem dissimulada, que conhece seu Bentinho, quem sabe um pouco casmurro, que seduz ele até Gramado, sob a luz da juventude, ou é seduzida até o porto. Talvez, quem sabe, ainda reste alguma verdade no fundo de um jogo estulto de sedução.
 Quando se trata de tempo, não importa se é 35 ou 19, se a música tem seu nome ou é para você, se existirá um casamento, ou apenas uma aventura. O importante é se o tempo é com o garoto do segundo andar.

                                                                                  Melissa Ribas Moura

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Singular


  Escrito em: 07/06/2012

 Trocava de roupa com uma rapidez quase desesperada, não encontrava nada que lhe agradace. Meia calça, tênis, sandália, vestido. Procurava algo que a fizesse se sentir bem, que atraísse alguém. Por fim, decidiu-se e pôs a se arrumar.
 Acordara tarde, chovia e nada entusiasmava, não estava pronta. Ao se encontrar, parecia que a noite iria melhorar. O que tinha a perder? Se não fosse, dinheiro.
 Ele não estava lá e a música o substituia, dançava, sorria. Achava ter visto miragens, talvez, coisas que não devia, talvez coisas que agora todo mundo sabia. Boatos, beijos, bebida. Todos se divertiam, alguns mais do que deviam. Pausa para não ficar mal, não de embriaguez, para ela, para que o mundo parasse de rodar após 5 segundos, para alguns.
 Tudo havia mudado, em pouco tempo muita coisa acontece, muita coisa se perde. Conversas, caídas, cantadas. Ninguém já importava. A noite em si era o que tudo mudava, marcava. Se arrepender? Que nada, ele até podia, ela não mudaria nada.
 Fugia... Da solidão, da imensidão, dos pensamentos. Lembrava da primeira semana, encantava com seu sorriso, olhos castanhos profundos que atraíam. Era o que queria, sete minutos no paraíso.
 Alguns mudariam muitas coisas. Palavras, mágoas, exageros. Ela não mudaria... Nada.

                                                                                  Melissa Ribas Moura

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Madrugada


  Escrito em: 04/06/2012

 Que faz na madrugada? Se não apaixonada, se não deprimida, se não pela insônia atormentada. Que faz que não descança... De todas suas lembranças, de todo seu nervosismo, de todo seu pensamento que te leva ao inferno, criança?

                                                                                  Melissa Ribas Moura

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Angels lie to keep control


  Escrito em: 01/06/2012

 A luz do horizonte retrata de longe o que não se vê, um sentimento aflora, mas eu nem quero saber. Meu coração está muito fechado para existir, já não funciona como deveria funcionar, ele já não existe se não em outro lugar.
 Não que eu não sinta por te machucar, quem sabe algo que não se pode ver. Estou muito ocupada para me importar. Sentir algo é um privilégio.

                                                                                  Melissa Ribas Moura