quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

We'll both die tonight


Escrito em: 30/11/2016

    O pouco que podia oferecer não era suficiente - tu nunca alcançarias. Cadeado lacrado. As chaves de Pont des Arts foram caladas, trancadas em algum lugar; de tu esquecerias. Sozinhas se sileciaram. Caladas sussuravam que de nada valia, já tentaram.
    Por tanto tempo não escutou nada, era tudo conversa fiada. Teu nome não dizia nada. Do teu semblante já nem lembrava.
    Palpitação disparou. Sedento por algum sentimento achou que resolveria por um momento. Era pouco, quase nada. Lamento. Tua indiferença não fazia muita diferença. Coração  à prova de roubo, à prova de sentimento.

                                                                                  Melissa Ribas Moura

sábado, 22 de outubro de 2016

Confidencial


Escrito em: 22/10/2016

    Nunca esteve entre as coisas certas a fazer. Circunstancial. Desejo suprimido pela política que dita as regras da vida social. Desvio de conduta desde o primeiro momento, não pensava que viraria tal tormento.
    Do sorriso de um estranho separado pelo tempo, não muita coisa se modificou. Opia - teu olhar restou. Destino que foi cruzado errado. Trama incansável de um escritor sádico, desde o começo contrário. Arbitrário.
    Frequências distoantes. Tua simetria me encontra atordoante. Liberosis que se encontra confidencial. Condicional.

                                                                                  Melissa Ribas Moura


*Opia: A intensidade ambígua de olhar alguém nos olhos e sentir-se simultaneamente invasivo e vulnerável.
*Liberosis: O desejo de se importar menos com as coisas.

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Sonho Azul


Escrito em: 05/04/2016

  Não queria divagar sobre o que costumava pensar de uma sexta-feira. Timing: esta era a palavra que definia tudo o que passava no momento. O errado.
  Uma história de não amor que nunca deu certo, uma história de puro platonismo néscio e insensato por medo de errar. E errou feio.
  A lógica era simples - e desordenada. Na imensidão dos pensamentos se perdia, abstraía. Era ali então que confundiria, era uma breve companhia, parceria, que lhe dava alegria e assim um dia finalizaria. Era tudo o que deveria fazer, permitir a confusão da escuridão que lhe cegava para que o que realmente sabia finalmente lhe alcançasse. Não veria - sentiria.

                                                                                  Melissa Ribas Moura