terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Lembranças de Você


Escrito em: 21/02/2012

  O que eu deveria fazer? Se sonhei com você, pensei em você, ouvi a nossa música, quase chorei; talvez por que aquele foi o melhor sentimento que um dia já tive. Eu deveria só pensar, só sonhar, só chorar? Não tenho coragem de te falar, nem sei mesmo se nossa intimidade ainda existe, se todos os segredos que te contei ainda são algo pessoal, algo que contaria apenas para um melhor amigo meu.
  Eu deveria só esquecer? Fingir que nada nunca existiu, ignorar o fato de que um dia já amei, pensar que existirá um alguém pra mim e que não é você. Talvez te mandar uma carta, relembrar os bons tempos, pensar que deveríamos continuar a ser amigos, talvez te deixar viver a sua nova vida.
  Estragaria tudo? Nossa ainda amizade, nosso pouco contato, o que ainda restou de nós. Tudo voltaria? Duvido. Não pode ainda existir algo entre nós, o que se foi, passou, não posso lamentar pelo que sobrou. Se é que algo sobrou. São só lembranças de você.

                                                                                  Melissa Ribas Moura

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Choro Auriverde


Escrito em: 11/02/2012

Encontro num tom fumaça
cheiro de licor, um grito de dor;
ouço no fundo desgraça,
democracia onde quem manda é o valor.

No rabisco de um artista,
belas palavras escritas;
maior respeito por anarquistas
reprovação da real conquista.

De joelhos imploro,
pessoas gritam em um tom sonoro;
nada que vejo condiz
com o potencial do nosso país.

Olhares de canto me atingem, singelo,
quando assumo verde e amarelo.
Como posso os retrucar
se a realidade daqui é roubar?

Como poderei me orgulhar
da maior pátria do mundo,
se olhando bem afundo
mal posso me expressar?

Se um dia tudo evoluir,
toda a sujeira sumir
e o músico puder sonhar
as pessoas gostarão de seu lugar.

Um sonho seria poder ver
o mundo inteiro reconhecer
o potencial deste lugar
que possui tanto para mostrar.

                                                                                  Melissa Ribas Moura

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A Crônica da Garota e sua Bicicleta


Escrito em: 08/02/2012

  A pequena cidade não era algo que causasse ânimo nas pessoas, mas para a pequena Melanie era algo surpreendente, cheio de adrenalina, trajetos e surpresas. Rodava com sua bicicleta rosa, com rodinhas de apoio no pneu de trás e uma cestinha na frente, que ela não usava.
  Um sorriso em seu rosto demonstrava toda a sua curiosidade e empolgação. Ela acabara de aprender a pedalar, estava entusiasmada demais com seus feitos para notar que o sol estava indo embora e algumas estrelas já apareciam no céu.
- Melanie, vamos para casa agora.
  A pequena deu a volta e entregou a bicicleta para sua mãe. Ela havia descoberto três quadras, o mundo inteiro.

                                                                                  Melissa Ribas Moura

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Vem e Vai


Escrito em: 01/02/2012

  Vem e vai. Sinto falta, não é ruim, não é bom, mas faz valer, é alguma coisa. Vem e vai, esse sentimento silencioso que me pega repentinamente, traduz tudo em um só olhar. Vem e vai, esse olhar distante, o sorriso de canto, o medo de tudo transbordar. Vem e vai, turbilhões de pensamentos, o frio na barriga, nada menos que lentos.
  Vai e vem, memórias, boas lembranças, amores de uma infância. Vai e vem, passado, bons momentos, todos calados. Vai e vem, desvios, arrependimentos, sorrisos fechados. Vai e vem, a dor, o amor, a cor. Vai e vem, olor, charme, lábios. Vai e não vem.

                                                                                  Melissa Ribas Moura