quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Bancos de Ninguém

 Este poema foi escrito pensando em um ensaio fotográfico que está sendo realizado por mim sobre bancos, confira o link do flickr



Uma história sobre bancos,
objeto não reconhecido por seus usantes;
abriga enamorados recobertos sob seus mantos,
ouve pessoas discutindo sobre assuntos frustrantes.

O que no banco resta quando todos somem às pressas?

Constrói memórias dos que estavam de passagem,
se lembra de encontros marcados,
alívia quem levava uma bagagem;
guarda histórias dos momentos passados.

O que fica marcado quando o banco é deixado?

Um banco só, um algo que não possui dono.
Observa das pessoas o transitar,
talvez guarde algum sonho - ou sono.
Lembra de alguém no tumulto se calar.

O que o banco tem quando já não tem ninguém?

Um banco que tantas luas guardou,
que de tantas lágrimas uma lhe escorreu,
tantos sóis aguentou;
viveu tanta vida, que agora, mesmo viva, já morreu.

                                                                                  Melissa Ribas Moura