quinta-feira, 23 de agosto de 2012

De Arrepiar



Escrito em: 23/08/2012

 Dois passos. Paro. Respiro fundo. Continuo.
 "Eu não consigo! Droga!"
 Viro para trás. Meu coração acelera, minha respiração continua forte. Passo a mão no meu cabelo. Continuo.
 Passo a mão no rosto como se fosse me ajudar em alguma coisa, como se fosse me ajudar a pensar. Respiro fundo.
 "Eu não deveria ter medo, eu esperei muito tempo por isso."
 Paro. Respiro fundo. Penso em nada.
 "Eu não vou bater, eu vou voltar para casa!"
 Respiro fundo. Passo a mão no rosto. Olho para a porta.
 "Não, eu vou entrar!"
 Continuo. Bato na porta.
- Oi! Você está aqui, não acredito!
 Sorrio. É inevitável cair em seus olhos, se apaixonar com alguém assim. É inevitável imaginar como seria se tudo realmente desse certo. Eu queria tanto aquilo, esperava tanto por aquele momento.
- Oi!
 "Hora de parar de sorrir. Será que eu devo dar um abraço?"
 Mergulho em pensamentos em que um gelo desce pelas minhas costas devagar, rasgando minha pele. Um calafrio percorre meu corpo e para em minha barriga. Nossos lábios se tocam impacientes, quase desesperados.
 Sorrio. Me aproximo e toco em seu rosto. O desejo é lento, mas forte. Você acredita em sonhos?
 Acordo. Sorrio.
 "De novo?!"

                                                                                  Melissa Ribas Moura

Um comentário:

  1. Muito interessante esse também.

    Seja pela narração muito cativante, como a densidade de sentimentos que passa, de sensações que descreve, tornando fácil e agradável de se imaginar.

    Parabéns mesmo.

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