quinta-feira, 7 de junho de 2012

Singular


  Escrito em: 07/06/2012

 Trocava de roupa com uma rapidez quase desesperada, não encontrava nada que lhe agradace. Meia calça, tênis, sandália, vestido. Procurava algo que a fizesse se sentir bem, que atraísse alguém. Por fim, decidiu-se e pôs a se arrumar.
 Acordara tarde, chovia e nada entusiasmava, não estava pronta. Ao se encontrar, parecia que a noite iria melhorar. O que tinha a perder? Se não fosse, dinheiro.
 Ele não estava lá e a música o substituia, dançava, sorria. Achava ter visto miragens, talvez, coisas que não devia, talvez coisas que agora todo mundo sabia. Boatos, beijos, bebida. Todos se divertiam, alguns mais do que deviam. Pausa para não ficar mal, não de embriaguez, para ela, para que o mundo parasse de rodar após 5 segundos, para alguns.
 Tudo havia mudado, em pouco tempo muita coisa acontece, muita coisa se perde. Conversas, caídas, cantadas. Ninguém já importava. A noite em si era o que tudo mudava, marcava. Se arrepender? Que nada, ele até podia, ela não mudaria nada.
 Fugia... Da solidão, da imensidão, dos pensamentos. Lembrava da primeira semana, encantava com seu sorriso, olhos castanhos profundos que atraíam. Era o que queria, sete minutos no paraíso.
 Alguns mudariam muitas coisas. Palavras, mágoas, exageros. Ela não mudaria... Nada.

                                                                                  Melissa Ribas Moura

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