Escrito em: 28/05/2012
Seus olhos se perderiam na escuridão se não brilhassem com cor de menta, que me tentavam a seguí-lo sem pensar em absolutamente nada. Só seguir.
O garoto passava, ainda estava um pouco longe, meus olhos se voltavam para ele e eu quase não piscava. Quem era o garoto que passava e que me seduzia sem mesmo tentar?
Em um mundo paralelo eu pararia ele e pegaria em seu pescoço, falaria alguma frase clichê e impactante e o beijaria. Na verdade, eu não pensaria, talvez nem reparasse que seu cabelo era meio ondulado ou que usava um alargador 12mm prata. Em meu mundo, eu o conheceria.
As ruas estavam vazias, não passavam carros por perto e a calçada ainda estava molhada. Algumas gotas caíam do telhado das lojas. O que me prendia? Dele. Me prendia em mim. O mundo me fez ser alguém que teve de se prender. Eu não vivia em um mundo paralelo.
Eu não tive tempo, mas o verde me guiou para ele, para um lugar que achava ter perdido.
Eu olhei, ele olhou. Eu passei...
Ele passou.
Melissa Ribas Moura
Melissa Ribas Moura
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